quinta-feira, 25 de setembro de 2014

As cinzas


 Ontem fui buscar as cinzas de minha sogra. Não consegui tocar na caixa. Como podia naquela caixa estar o corpo, a vida dela. Onde ficou sua voz, seu toque, seu olhar, suas ironias. Cinzas....só cinzas.
Ela sempre me fez três pedidos, gostava de se pintar e se preocupava com possíveis exageros, pedia para que eu avisasse; tinha horror de asilo e queria ser enterrada ao lado de sua irmã mais velha. 
Consegui atende-la mas penso que se fosse diferente seria melhor. 

Hoje já faço pedidos a meus filhos, quero ser cremada e as cinzas jogadas da Torre Eiffel. Eles viajarão como sempre fizemos uma vez ao ano e esta será a ultima que participarei. Sempre quis voar....voarei!!



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