quarta-feira, 29 de junho de 2016

o desmame

Em minha vivência como mãe de todas as tarefas que cumpri a mais difícil foi o desmame.

Minha filha hoje nova mãe foi amamentada até 1ano e 4 meses, abandonou meu seio por vontade própria.

Descobri que o termo "desmame" não elucida exclusivamente o aleitamento materno.
Podemos usa-lo quando nossos bebes vão para escola, viajam, estudam fora, casam....a cada passo rumo a vida independente é um desmame.

O desmame é uma grande conquista, nos mostra que cumprimos nosso papel de educadora mas, a tristeza assola nosso ser mãe.

Hoje é um dia que comemoro com muita tristeza...comemoro a vitória de conquistar mais um passo na relação com minha filha e sua independência.

É para ficar feliz? não sei exatamente...vejo nossa sociedade impondo valores que não conjugam com nossos desejos e necessidades. Sempre questiono a antiga frase "quem casa quer casa"....entendo como uma proposta de consumo...a nova casa adicionará ao mercado um novo núcleo consumista.... nas aldeias vivem-se juntos....é exatamente o que precisamos hoje em nossa sociedade.....viver em equipe.

A independência não deve ser associada ao fato de se sair de casa, morar em outro país. A independência é saber que seus filhos conseguem realizar suas funções sozinhos, que aprenderam.

Hoje minha filha sabe que consegue cuidar de seu bebê sem minha presença. Adquiriu confiança  já sabe, só não sabia reconhecer.

Sai de sua casa aliviada mas com vontade de chorar....fechei a porta de sua casa com a certeza que agora serei visita.




terça-feira, 28 de junho de 2016

quando manter relações....

Nos seres humanos somos uma incognita, acredito estarmos em fase de desenvolvimento. A ciência nos fala que temos desenvolvidos 12% da capacidade de nosso cérebro...logo sabemos o proporcional a isso...concluo..... temos muito ainda a saber.

Com toda essa capacidade mental como falar de relacionamentos....como escolher parceiros; como manter relações com tantas diferenças; por que não separar ou por que manter as relações, quais são os limites...e assim vai uma gama de questões sem respostas....

Mantenho, sim mantenho, uma relação há mais de 37 anos...como isso aconteceu? posso apresentar várias alternativas....amor, paciência, compreensão, amizade, dentre outras...

Minha historia não é convencional....conheci ele na praia no ano que voltava da Alemanha,  em janeiro de 1979....disse onde morava sem ao menos ele anotar....um dia lá estava ele em minha porta.

Casamos três meses depois  em uma grande brincadeira....demos entrada nos papeis no cartório sem contar a ninguém da família. Foram nossas testemunhas amigos de faculdade. Ele engenharia no Mackenzie e eu Psicologia no Objetivo. Ao termino da cerimonia cada um voltou para sua casa e assim ficamos por quase dois anos.....

Só contamos nossa peripécia quando engravidei.....casamos na igreja em junho de 1981, cerimonia que foi cancelada, soubemos que nosso casamento foi invalidado pois seis meses após o casamento do civil  a cerimonia religiosa é diferente, assim realizamos realmente uma festa..uma grande festa para sociedade paulistana saber de meu casamento. De nada valeu religiosamente falando ....ironia de uma sociedade.

Ele é encantadoramente moleque, é a qualidade mais agradável em nossa convivência. A dificuldade surgiu quando tivemos que falar sério sobre a vida...ele espanou e assim segue nos ultimos 37 anos.

Meus filhos tratam ele como "filho" digo que tenho três filhos e cometo incesto com o mais velho....rs

Me pergunto diariamente o motivo de manter esse vinculo por tanto tempo.....respondo a mim mesma....a vida é lógica, colhemos o que plantamos e como nada sabemos sobre quase nada o que me levaria a magoar pessoas por valores egoistas....

Vejo amigas que se separaram e poucas que mantiveram seus casamentos....em momentos me sinto covarde e em outros racional e acertiva......

Quem nos disse que a vida é facil e que tudo será felicidade? do que sei...ninguém!!!


















segunda-feira, 27 de junho de 2016

Conversando....

Conversando sobre a vida com minha filha, ela esta com depressão pós parto ou pico de ansiedade como preferirem.

Há mais de 40 dias estou de plantão em sua casa. Havia planejado viajar para descansar de toda tensão, corri o risco de perder a filha e a neta no parto, e voltar a trabalhar em seguida mas nada foi como planejado. Toda vez que planejo minha vida, não acontece. Vou deixa-la ao acaso....

Comecei a trabalhar 20 dias após o bebe nascer, trabalhei uma semana  mas logo tive que voltar ela/filha surtou.....estou em home office na casa dela... Retornaria ao trabalho nesta próxima semana mas a segunda  babá/enfermeira  contratada só vai começar na quarta.....ela/filha não pode ficar sozinha segundo os médicos.....revezo com o pai/neta.......vai dar certo....espero.

Eu e ela estamos aproveitando o período de hibernação e conversando bastante, esta sendo muito bom para nos duas......em uma das conversas sobre a vida  conversamos sobre minha história....o foco era a dedicação aos filhos.

Falei a ela que havia declinado de várias propostas de emprego com carreira e  de grandes oportunidades profissionais para cria-la e ao irmão. Nunca me arrependi, sugeri a ela para ponderar o que fiz, já que me acha modelo, pois hoje tenho ótimos filhos mas estou com problemas econômicos......

Meu plano de vida em criar os filhos já está realizado  e agora quero viver minha vida, me inscrevi nos Médicos sem fronteiras mas fui recusada....adoraria ser egoísta e realizar meu sonho de trabalhar em causas sociais. Falei a ela que estava indo para Inglaterra quando fiquei gravida dela e cancelei tudo, penso em retornar e retomar minhas propostas.


terça-feira, 21 de junho de 2016

Ser mãe

Minha filha é mãe há 40 dias....esta com depressão pós parto e só me quer a seu lado. Contei com apoio da empresa, abandonei minha casa.....fazendo home office na home da filha.

A bebê entrou na sintonia da mãe dela e chora direto....o bebê chora, a mãe do bebê chora junto..

O excesso de conhecimento nos leva a muitas angustias e no pós parto agrava .... Sua gravidez foi norteada pela pressão alta,  zika virus. Então o bebê teve que vir antes do prazo...foi para uti neonatal....o exame do pezinho deu alteração por engano do laboratório..mãe surtou....

Somando todos os fatos minha filha/nova mãe teve que ir ao psiquiatra....detectou pico de ansiedade e não depressão....menos mal...ao menos achei.

Ela vive me perguntando o que é ser mãe...respondo que ela já sabe o que é.
Impossível descrever o sentimento e a palavra chave para essa vivência é paciência....

Coloquei- a deitada em meu colo,  o bebê no colo dela e disse...."eu cuido do meu bebê e você cuida do teu bebê"....as duas dormiram tranquilamente.....


terça-feira, 14 de junho de 2016

Quando amar não é o suficiente....um conto

Um conto....

Certa vez uma mulher reencontrou seu primeiro namorado...no inicio passaram um ano juntos, compartilhavam até o tratamento médico mas, acabou....nunca mais se falaram até surgir o Orkut, uma das primeiras mídias sociais, isso aconteceu uns 30 anos depois...ela o achou e ele respondeu.

Houve um almoço que durou quase seis horas, começaram uma nova fase....os dois estavam casados com filhos. Ela não entendia bem o que estava acontecendo mas aconteceu,  se apaixonou. Parecia que ele estava na mesma situação.

Na época, ele morava em outro país, ela achou que intencionalmente ele marcou o almoço para a véspera de sua partida. Ela agradeceu. Se falaram poucas vezes por um ano quando surgiu o segundo almoço. Esse foi fatídico, confirmaram suas intenções...e começaram as trocas...sua volta marcada para o dia seguinte como de hábito estava diferente.....eles se envolveram não só emocionalmente ....outro momento.

Sugiram cobranças pelo desejo, no ápice de sua existência. Ela recolheu, viu sua situação e todas as consequências que viriam se desse continuidade a esse "caso"... Foi radical....falou a ele por telefone.."Paramos por aqui, é melhor. Se algum dia tivermos condições e quisermos ficar juntos conversaremos, não fui e nunca serei amante de ninguém".... ela notou a tristeza dele por sua resposta....era impossível a ele ação tão radical como ela cobrava.

Começou a saga da relação....ele investindo em sua carreira sem nenhuma ponderação a outra forma e ela sem aceitar o fato dele não "querer/poder ficar com ela,  sem também abrir mão..... ele politico e estratégico, ela racional e brava.....lógico que se afastaram...todo o tempo que ficaram afastados surgiam situações onde suas vidas se cruzavam....

Por fatos que ela desconhecia nesses tempos que estavam sem contato chegavam a seu conhecimento pelas vidas cruzadas que ele havia se separado e estava namorando...mas e ela? não foi a escolhida.....

Passam os anos....ela lutando para deleta-lo de suas emoções  mas o sentimento  se mantem vivo...qualquer lembrança ativava sua memória e tudo voltava.

Certa dia ele mandou mensagem dizendo que estava no Brasil e convidou-a para tomar um café....ela aceitou e no caminho de ida parou duas vezes e voltou....mas foi mesmo lembrando de tudo que passou pela falta de compreensão, entendimento dos dois.....não se deram nem a oportunidade da vivência para afirmar que não se queriam. Soube que ele estava indo morar em outro país....ela terminou o café precocemente por medos....se arrependeu e por email se apresentou a acompanha-lo. Ele educadamente recusou por vários motivos plausíveis, inclusive por ela. Ela aceitou o fato e endossou os motivos.

Meses se passaram e como a vida deles se cruzavam sempre ela descobriu que ele havia levado outra pessoa consigo e não ela.....mas porque?

Dez anos se passaram desde o reencontro no almoço de seis horas....ele havia conquistado o tão almejado cargo de sua profissão, ela mandou email felicitando a conquista e novamente voltaram a se comunicar....ele veio ao Brasil, se encontraram e tudo voltou a tona.....confirmaram sentimentos.......e ele se foi...

Ela, hoje sabe...não precisa mais se decepcionar.... ele nunca ficará com ela por ama-la demais...coisas de homens que as mulheres não entendem.....

O fim desse conto?  o amor como todos os poetas declamam sempre termina em lágrimas....






segunda-feira, 13 de junho de 2016

Bebês

Havia esquecido como são os primeiros dias de um bebê. Enlouquecedores, não sabemos se chora por fome, cólica, dor...ou outros motivos.

Estou acompanhando e ajudando minha filha/neta....muito dó! fui as bibliografias e descobri que nada se sabe de concreto dessa fase. Tudo pode ser e todos os profissionais olham e falam que o bebê nada tem...mas pq não para de chorar? ouvimos....pode ser x,y,w,x .....

Estamos há um mês tentando eliminar variáveis para focar no problema e sana-lo...em vão....quando chegamos na última variável outras intervém e ficamos sem saber qual é o real motivo daquele momento...

Olho para minha filha em desespero....ao mesmo tempo vejo que minha permanência acomoda seus sentimentos e parece que se perde ainda mais nas decisões que deve tomar...o que fazer?

O bebê parece ser bravo, impõe suas vontades e cedemos lógico. Imagino o que é ficar nove meses na barriga da mãe e de repente sai e começa a sentir dor, fome, frio, etc....só pode chorar....o colo acaba sendo o salvador da pátria.....mas todos condenam pois pode criar hábitos ruins ao bebê...hábito ruim? carinho, colo, aconchego, acolhimento ? insisto que o colo é o melhor remédio para qualquer incomodo......

Ontem eu era a mãe e ela o meu bebê.......


sexta-feira, 10 de junho de 2016

esperar o resultado

Minha assertividade fica á margem da falta de educação, sei disso.

Uso sempre os discursos ..... quando precisamos explicar/justificar já perdemos a razão.....quando pedimos desculpas já lesamos, nunca aceite as explicações e as desculpas, sugira a mudança da conduta como recuperação dos atos.

Ontem fui assertiva em excesso com o dono da empresa que estou atualmente. Passei muito tempo pensando como me dou esse direito. Me comprometi a controlar esse tipo de conduta....foi em vão.....hoje novamente cometi o erro....para minha surpresa e foi muito agradável ele veio falar comigo pedindo gentil e educado...."não seja tão brava".....

Não sei se posso me definir como "brava" posso ser intolerante a mediocridade humana, sim a média, pessoas que não se preocupam com nada além de seu entorno. O Brasil atualmente conta com profissionais formados pelo resultado que levam as empresas. Tudo por dinheiro. Como se tudo fosse uma grande promoção de fim de estoque....e quando o estoque acaba ficam se olhando para descobrir o que fazer com a empresa. Permanecem em berço esplendido saciados e ao terminar  o movimento da grande sorte da promoção a empresa fecha.........

Angustiada....não sei se continuo ou paro! como me adequar em local onde todos os meus valores profissionais não são compartilhados. Mas será a hora de me reciclar? Serão meus valores realmente certos como sempre acreditei e defendi? ....angustiada.....


terça-feira, 7 de junho de 2016

tudo de novo, será realmente novo?

Comecei hoje um novo desafio. Hora do almoço e pela primeira vez em minha história profissional tive o desejo de levantar e sair para nunca mais voltar....

Esse fato pode ser um bom sinal,  será esta a melhor oportunidade que já tive levando em considerações as anteriores onde tinha certeza do sucesso ?

Devo ponderar meu momento....fiquei enclausurada em família um mês. Bebê novo, idade, ser avó. Respirando agora profundamente, deixando reciclar, amadurecer esse retorno para poder julga-lo como se deve....sem emoções.

Estou sendo tratada como rainha, titulo merecido mas, noto um certo desconforto nos profissionais da geração Y. Me olham com altas dúvidas sobre minha possível performance. São ambiciosos, sabem fazer seu market share perfeitamente. Em sua maioria são grandes rótulos, capas sem conteúdo. Elaboração? o que é isso mesmo?  Regurgitam livros de auto ajuda e bíblias do marketing global.

As vezes penso que a idade faz isso com a gente...sempre achamos que os mais novos são "incompetentes".... seria uma defesa para justificar nossas fragilidades da idade? acredito que sim ....também.

Independente de qualquer sentimento, realidade, fatos.....vejo que o formato que as empresas trabalham hoje são totalmente ineficientes. Como seria o melhor formato? não tenho ideia....mas sei que atualmente não estão trazendo resultados. Vale o exercício ...

Independente de tudo é o que posso, tenho e preciso neste momento, então vamos enfrente.....



quinta-feira, 2 de junho de 2016

Conversando com meus amores

Meus sentimentos adquirem suas performances pelas realidades de seu foco ou por seus alvos.
Amor de mãe....voluntário, dedicado,
compreensível, abnegado, volátil...
Amor de irmãos.....ciumento, competitivo, sempre parceiro mas convivência ponderada para existir...
Amor parceiro.... compreensão, entendimento, aceitação, respeito... limites...
Amor de filha...dependência, vinculo, porto seguro...
Paciência e calma são fundamentais a todos os amores.
Sou composta por esses amores.....

Enquanto eu estiver por aqui

Não me deixes morrer antes de te mostrar quem sou.
Dê a si a oportunidade da vivência plena de uma relação.
Não se prive da oportunidade de conhecer, compartilhar uma relação verdadeira, inteira, sem medos, intensa sem nos afogar.
O passado é história, o futuro só é bom como presente.....
Somos agregados, o isolamento nos fragmenta. O medo do fracasso nos limita.
Viver é arriscar, as vezes conquistamos outras perdemos.... mesmo fugindo é assim que acontece.
Criamos oportunidades e muitas vezes não conseguimos vive-las e quando isso acontece surge a frustração....ato desnecessário a uma vida curta.
Piegas são as palavras ditas comumente pelos poetas....retratam sentimentos e aqueles que nunca se deram a oportunidade de conhecer .... desconhecem sua verdadeira origem....
Só conhecemos a vida.... vivendo.....